data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Quantidade de pedras soltas e buracos são recorrentes principalmente na Januário Franco, via que tem tráfego intenso de caminhões. Na época de colheita, movimento aumenta no local, e os estragos também
A proximidade da colheita da soja, prevista para ocorrer entre o fim de março e o início de abril na região, aumenta a preocupação dos moradores de Santa Flora com as estradas. O distrito concentra a maior área de produção do grão em Santa Maria, que, ao todo, semeou 49 mil hectares da planta.
Apesar de a equipe da Secretaria de Desenvolvimento Rural realizar manutenções periódicas do interior, a avaliação, principalmente dos agricultores, que utilizam diariamente as "ruas de chão", é que o trabalho não é efetivo. Isto porque, segundo apurou a reportagem, em pouco tempo, os buracos voltam a aparecer, e as pedras colocadas para nivelar a via se soltam, resultando, inclusive, em pneus furados.
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Sadi Querubim, 53 anos, mora às margens da Estrada Januário Chagas Franco, a principal de Santa Flora. Ele diz que o período de colheita transforma o trânsito no local. Se, por enquanto, o fluxo é tranquilo, o agricultor prevê problemas daqui a algumas semanas.
- É uma buraqueira horrível. Diariamente, é carro quebrado, caminhão parado. As pessoas usam muito a estrada para ir para o trabalho. E a Januário Franco ainda tem linha de ônibus e vários caminhões que passam diariamente. Na época de colheita, chega a ter, no mínimo, 20 caminhões passando aqui por dia - completa Querubim. Ele sugere que a via principal do distrito seja asfaltada, para que os problemas sejam resolvidos de forma definitiva.
EXPERIÊNCIA
O agricultor David Barbieri, 63 anos, trabalha há quatro décadas em lavouras, atuando na safra e na manutenção de maquinário. Para ele, a trafegabilidade das estradas é um dilema permanente da população da Zona Rural. Além disso, a situação não ganha a atenção necessária das autoridades.
Ainda conforme Barbieri, quando são feitos o patrolamento, compactação e empedramento, a situação melhora. Entretanto, o trabalho não tem durabilidade. A intervenção paliativa, para o profissional do campo, não se sustenta mais, conforme argumenta ele:
- É fácil conservar as entradas, principalmente porque ficam meses sem patrolar a região. Para piorar, a chuva dos últimos dias lavou a estrada e ficou só pedra. Para quem anda de carro e caminhão, é difícil passar sem cortar o pneu ou quebrar o veículo.
Barbieri ainda lembra que, até o fim deste mês, deve começar a colheita do arroz, cultura que também é importante para a economia do distrito de 1,2 mil habitantes.
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PREFEITURA
De acordo com a prefeitura de Santa Maria, em 25 de janeiro, a Secretaria de Desenvolvimento Rural deu início aos serviços de empedramento, envaletamento em algumas estradas de Santa Flora, entre elas, a da Ramada e de Banhados. O Executivo acrescenta que, a partir de amanhã, pretende começar a manutenção da trafegabilidade no Interior com foco, justamente, no escoamento da safra, nos locais que deverão ser mais utilizados, com base em levantamento feito pelos subprefeitos.
SOJA NA REGIÃO
Segundo a última atualização repassada pela Emater ao Diário, 35% das lavouras estão em fase vegetativa, 40% em floração e 25% em fase de enchimento de grão. No centro do Estado, o "forte da colheita" deve acontecer entre o começo de março e o início de abril. A abertura oficial da colheita da soja continua prevista para o fim de março, em Tupanciretã.
A expectativa sobre a comercialização da soja segue positiva. Ontem, a saca do grão estava cotada a R$ 157. O valor é mais que o dobro do registrado há exatamente um ano, em 8 de fevereiro de 2020, quando a saca era vendida a R$ 67.